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- Categoria: a história do vinho
A invenção do vinho é uma daquelas histórias difíceis de rastrear, assim como a invenção da roda! Na realidade, o vinho sequer precisou ser inventado: ele apareceu, em um determinado momento, quando o homem colheu e armazenou uvas.
O aparecimento das videiras remonta a aproximadamente 120 milhões de anos. E a Vitis vinifera, espécie tradicional de uva vinífera utilizada na maioria dos vinhos de qualidade, já tem cerca de 60 milhões de anos!
Mas há dois milhões de anos já coexistiam as uvas viníferas e o nosso ancestral apto a colher. É fácil imaginar que o "acidente" do vinho tenha acontecido ao homem nômade primitivo, que deve ter considerado o fato como mágico, como um presente da natureza.
Mas o homem moderno, capaz de cultivar uvas e produzir vinho, é bem mais jovem do que isso. Evidências arqueológicas indicam que o cultivo de uva e produção de vinho começaram na Mesopotâmia e em áreas ao redor do Mar Cáspio, em algum momento entre 6.000 e 4.000 a.C.
O Egito antigo foi a primeira cultura conhecida a documentar o processo de vinificação, com descrições preservadas em papiros e tabuletas de argila, descobertos dentro das câmaras de sepultamento da elite social da época.
Na Grécia antiga, o vinho foi elogiado por poetas, historiadores e artistas, e era frequentemente mencionado nos trabalhos de Esopo e Homero, sendo considerado um privilégio das classes superiores. De acordo com o antigo historiador grego Tucídides, "os povos do Mediterrâneo começaram a emergir do barbarismo quando aprenderam a cultivar a oliveira e a videira".
O Império Romano, cuja expansão acompanhou o declínio da Grécia, levou a cultura da vinificação para todo o Mediterrâneo, estabelecendo algumas das principais regiões produtoras de vinho da atualidade. Foram também os romanos que introduziram o uso de barris, no século 3 d.C., influenciados pelos gauleses.
Após a queda do Império Romano seguiu-se a época de obscuridade conhecida como Idade Média, quando o progresso na tecnologia de vinho diminuiu e a vinicultura foi mantida restrita a monásticas ordens religiosas da Europa ocidental.
Para o homem da Idade Média, o vinho, assim como a cerveja, não era um luxo, mas uma necessidade. A água era impura, sendo muitas vezes perigosa à saúde.
No século 16, os conquistadores espanhóis plantaram Vitis vinifera no México e na América do Sul; logo depois foi a vez da vinificação chegar à África do Sul, e, em seguida à Califórnia. Finalmente, no início de 1800, vinhas foram plantadas na Austrália e Nova Zelândia.
E o mundo, com a presença do vinho, foi ficando muito, muito melhor! Concorda?
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